terça-feira, março 02, 2010

Afasta de mim

A meu favor tenho o teu olhar
testemunhando por mim
perante juízes terríveis:
a morte, os amigos, os inimigos.

E aqueles que me assaltam
à noite na solidão do quarto
refugiam-se em fundos sítios dentro de mim
quando de manhã o teu olhar ilumina o quarto.

Protege-me com ele, com o teu olhar,
dos demónios da noite e das aflições do dia,
fala em voz alta, não deixes que adormeça,
afasta de mim o pecado da infelicidade.
Completas, Manuel António Pina, jornalista, escritor, poeta

1 comentário:

Ana disse...

Então? Nada? Já que eu não tenho conseguido blogar nada tu podias compensar para eu ir espreitando :)